segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O CONSUMO DE ÁLCOOL E O GANHO DE PESO

Utilizado de forma ritual ou social, o álcool e apreciado em função de sabor, encanto, cor, aroma e outros efeitos inebriantes que dele provêm. Apesar de o interesse cientifico relacionado a bebida alcoólica estar geralmente ligado a seus efeitos no sistema nervoso central, deve-se lembrar de que, uma vez que e obtido por meio de um processo natural decorrente da fermentação de alimentos que contém açucar, o álcool fornece calorias – 7,1 kcal/g, podendo, assim, ser considerado um nutriente.


Considerando-se que o álcool possui valor energético, ele tem a habilidade de suprimir as necessidades calóricas diárias de um individuo e/ou levá-lo ao sobrepeso, dependendo da quantidade, frequência e modo de consumo. Mesmo com o aumento do gasto energético basal nos indivíduos alcoolistas, muitas vezes isso não é suficiente para compensar a grande quantidade de calorias ingeridas. Assim, muitos pacientes dependentes de álcool apresentam sobrepeso, obesidade e ate circunferência da cintura acima dos padrões esperados.

Já no consumo moderado, a ingestão alcoólica é usualmente uma fonte adicional de energia, sendo somada à dieta habitual da pessoa. Esse tipo de fonte calórica é conhecido como “calorias vazias”, uma vez que, apesar de seu alto valor energético, faltam nutrientes essenciais como proteínas, vitaminas e elementos traços. Outro fato a se considerar é a composição dos alimentos que são consumidos concomitantemente ao álcool. Esse fato, juntamente à inibição da queima de gordura que ocorre durante sua metabolização, justificaria o freqüente ganho de peso associado ao consumo excessivo de álcool. Quando a ingestão alcoólica supera 25% a 50% das calorias totais diárias, estas não são utilizadas eficientemente como fonte de combustível, pois o excesso de calorias ingeridas na forma de álcool não pode ser estocado, sendo prioritariamente utilizadas.

Além disso, o Acetaldeído, principal produto do metabolismo do álcool, é uma molécula extremamente tóxica e reativa. Apresenta a capacidade de reagir com proteínas, fosfolipídeos e ácidos nucléicos, sendo apontado por participar de forma ativa nos danos oxidativos decorrentes do abuso do álcool.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



Aguiar, A.S.; da Silva, V.A.; Boaventura, G.T. - As calorias do etanol são aproveitadas pelo organismo? Nutrição em Pauta jan/fev: 45-49, 2007.


Lands, W.E.M. - A summary of the workshop: alcohol and calories: a matter of balance. J Nutr 123: 1338-1341, 1993.


Mitchell, M.C.; Herlong, H.F. - Alcohol and nutrition: caloric value, bioenergetics and relationship to liver damage. Ann Rev Nutr 6: 457-474, 1986.


Suter, P.M.; Hasler, E.; Vetter, W. - Effects of alcohol on energy metabolism and body weight regulation: is alcohol a risk factor for obesity? Nutrition Reviews 55(5): 157-171, 1997.

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